sábado, 9 de setembro de 2017

Com todo o amor que você jogou fora

Para você, eu fui só um corpo que você usou
Eu fui a sua pequena conquista de ter chegado onde eu jamais deixei alguém chegar
Eu fui massagem pra teu ego
Eu fui ouvidos pras tuas reclamações
Eu fui depósito de tuas frustrações

Para mim, você foi uma alma que eu quis tocar
Foi alguém que eu amei tanto que pensei poder me entregar
Foi uma ferida que eu pensei poder curar
Foi incompreensões que eu tentei compreender
Foi onde eu depositei o melhor de mim

Mas de que adiantava eu dar o meu melhor se para você eu era apenas um corpo a ser desvendado
Se tua gentileza comigo era me olhar no meu estado mais vulnerável e dizer que não se importava com os padrões estabelecidos pela sociedade, fazendo com que eu me visse e desprezasse meu corpo
Se o conforto que você me dava ao falar com indiferença que havia ficado com outra pessoa era que eu tinha que me acostumar com isso
Se tuas desculpas para sumir por uma semana era a falta de tempo
Se sempre que eu me queixava de tua indiferença eu era chamada de incompreensiva e egoísta

Cortar você de minha vida foi difícil, tinha dias que eu mal conseguia respirar sem sentir o peso nos meus pulmões
Tinha noites que eu só dormia sob o efeito de remédios porque as lágrimas vinham em demasia
E eu me sentia o ser mais egoísta do universo por ter te deixado
E hoje eu me pergunto como você está, se você sente falta de ter um capacho para pisar
Mas, do fundo do coração que você lentamente triturou, eu espero que você esteja apodrecendo no inferno, sozinho, sem ninguém para te confortar

Com todo o amor que você jogou fora, seus Cachinhos